Como é possível termos elegido um ex-capitão do Exército para a presidência da República depois de termos vivido 21 anos de ditadura civil militar, depois termos perdido sob tortura centenas de pessoas, depois de milhares de pessoas torturadas?
Onde está o erro, o equívoco, a rota que precisa ser corrigida para que a população brasileira reconheça o horror da ditadura como um verdadeiro horror e jamais possa pensar em retomar um regime ditatorial?
Estas questões estão encarnadas na Filosofia Política brasileira dos dias atuais e movimentarão as reflexões na mesa redonda sobre Democracia e Autoritarismo no XIX Encontro Anpof, em uma conversa entre a professora Dra. Helena Esser (UFG) e os professores Dr. Newton Bignotto (UFMG) e Dr. Waldomiro Silva Filho (UFBA), sob a mediação da professora Tessa Lacerda (USP/Anpof).
Claude Lefort, um dos principais teóricos da democracia do século XX, afirma que as lutas em nome dos Direitos Humanos devem angariar a solidariedade social: por que a luta de familiares de mortos e desaparecidos políticos da ditadura no Brasil jamais conseguiu angariar essa solidariedade na sociedade?
Temos uma sociedade eminentemente autoritária, como afirma a professora Marilena Chaui em diversos textos? Ou devemos dizer, como Marilena Chaui mostra em um curso da década de 80 (inédito) e o historiador José Murilo de Carvalho narra (em seu Forças Armadas e Política no Brasil), que há um agente forte nos bastidores da política nacional que impede que a narrativa sobre a ditadura desvele os crimes produzidos pelo Estado naquele período?
São muitas as perguntas que inquietam este debate político e que nos acompanharão até outubro, nesta mesa redonda.
Esperamos vocês em Goiânia!
Fonte e mais informações sobre o XIX Encontro Nacional Anpof:
Data de Início:
10/10/2022 - 03:00
Data de Término:
14/10/2022 - 03:00
Local:
Goiânia / GO
